Quando a eternidade não tocar mais seus pés no chão
Quando esse mar de muro trespassar meus calafrios
Quando então meus pés alçarem voo
Quando então minha mente jorrar fogo
-é teu toque,
Se meus cílios baterem sem cessar
Se o peito canta suave feito jardim
Se tua face derrama tua alma
-é teu olhar,
Se meu sopro foge da minha dor,
Se tuas mãos desabrocharem em flor,
Onde meus sentidos surdos desconhecem...
-é teu cantar,
E quando já não houverem frases,
Onde não se perfizerem formas,
Se o tudo mais se transfigurar em pó..
-é tua loucura
(e minha)
Porque não vejo mais o horizonte,
Não vejo contornos...
Não há linha alguma...!
E o pleno existe...
Assim como chuva fria que enxarca o rosto,
Assim como gargalhar por ter orgulho da inocência,
Assim como sonhar que pode voar,
Assim como a liberdade da simplicidade,
Assim como espíritos que amam.