sábado, 10 de outubro de 2009

Delírio

Envolta nos meus mais belos sonhos
Deliro estar sobre teu pálido manto...
Suave.

Afogo-me nos teus mais negros fios
Frágeis, ondulados...
Castos.

Deliro estar sobre teu olhar infantil
Sobre teu nobre sagaz...
Encanto.

Acorda-me!Acorda-me!!!
Não me desejes tanto mal!
Vede meus olhos cegos de paixão...

Acorda-me dos meus mais doces sonhos
Sobre o amargo fel
Da tua presença.

[Deixe-me sonhar anjo pálido!]

Deixa-me!

Odeio-te.
Odeio-te por amar-te a cada instante
Pelo teu frio e racional sagaz

Odeio-te por teu misterioso encanto
Que em mim lançastes!
Ó Príncipe atroz!

Peço-te, indolente,
Que deixeis meu viver
Deixe meu espírito, meu vazio!

Saia com tua indiferença!
Saia do meu peito, ó vil querido!!!
Que força já não tenho...

Deixa-me!!!
Imploro-te, meu amor...
Deixa-me sofrer em paz...!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Não mais importa

Não consigo.
Não consigo viver sem afogar-me sobre ti!
O teu doce e simples feitio
Teu cheiro que me embebe do teu veneno

Chamem-me tola, assim o queiram!
Vivo por minha doce ilusão
Alimentada por meu amargo vício...

Chamem-me covarde, assim o queiram!
Não me culpo por amar-te
Não me culpo por querer-te mais que a mim!

Chamem-me iludida, patética, assim o queiram!
O que seria dos meus sonhos, sem a tua ilusão?
O que seria do meu amor sem a infindável esperança?

Chamem-me fraca, assim o queiram!
Pois não consigo...
Não consigo viver sem afogar-me sobre ti!

Insuportável Dor

Vá embora da minha mente!
Afasta-te dos meus pensamentos!
Não posso mais, não posso mais!
Amar-te já me faz pior...

Teu cheiro me embebe
Tua presença me finda
E assim, tu me tornas um ser
Que somente a ti respira

Ó Zeus das mais doces lembranças
Deixa meu frágil eco...
Parta...

Já não luto mais por ti
Luto por mim, somente,
Melancólica e só...

Escrava da mais vil paixão
Entrego-me a dor
Que já não mais suporto

Peço-te humildemente, ó Príncipe,
Que arranque o amor que tu mesmo plantaste
Pois ele é o veneno
Do qual padeço a cada instante...

Desejo Ser um Somente

Ó como desejo viver sem meus sonhos fúteis
Sem essa humanidade que me persegue...
Sem minhas fieis frustrações

Ó como almejo ser de mim somente o que quero
Somente o que sinto
Somente o que posso
Somente o que penso

Ah! Quisera eu ser grande!
Grande como o grito que ouço
De cada amargura vivida
Que cala sobre meu frágil espelho

Desejara eu ser somente o infinito
Ou quem sabe o tempo
Ou quem sabe o amor
Talvez um pensamento...

Vede mais um ser que sonha
Cala, fala, sonha
Ser somente um somente
Desses tão incomensuráveis desejos!

"Cogito, ergo sum"