terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tu em mim


I

Príncipe...
Tu és o príncipe vil que amarga meu ser,
O sombrio vago que reluz minha dor
O Tormento que dilacera meu eco... Tristemente...

Tu és a febre que mata docemente
O frio que percorre melancólico o meu desespero
O anjo mal dos meus mais belos sonhos

Caio ensandecida no teu doce abismo
Serva da tua farsa
Grito a minha solidão

Imploro-te!!!
Grito-te!
Ouça minha doce tortura...

Paladino dos meus sonhos
Volta a iludir-me cruelmente!
Não me abandones apático anjo!

Permaneça a atormentar meus pensamentos
A ver-te nas minhas angústias
A cair no teu profundo sagaz...

II

Que tamanha amargura preenche meu peito!
Esse vil e tortuoso estúpido!
Cansado do teu amor displicente
E pedinte por um sequer olhar!

Nego-te sobre meu sagaz delirante
Sobre meus insanos e lúcidos instantes
De quimeras passadas,
Gélidas e apáticas lembranças...

III

Vá!Vá!Vá!
Leves contigo o punhal que cravaste em meu peito!
Esse teu tolo escravo, fatigado de amar-te!

Vá, ó triste fera,
Com teus anseios prostrados sobre a rosa
Infinita, que a ti ofereci...

[Dizeis que fica, ó doce ilusão!...]

domingo, 29 de agosto de 2010

e os indicados são....

Slumbering Nights- http://estrelasonambula.blogspot.com/
Gotas da Existência- http://gotasdaexistencia.blogspot.com/
Vida em Ré Menor- http://avidaemremenor.blogspot.com/
Sopros de Alegria- http://soprosdealegria.blogspot.com/


depois coloco os outros ;D

sexta-feira, 20 de agosto de 2010


É com muito prazer que o "Pétalas do Luar" recebe o Prêmio Dardos(indicações de blogueiro para blogueiro)da revista LiterAção - http://literacao.wordpress.com/
O “Prêmio Dardos” dá a cada blogueiro o reconhecimento de seu valor, esforço, ajuda e transmissão de conhecimento diariamente.
Mas, quem recebe esse prêmio também recebe umas obrigações:
Regras:
1. Você terá que aceitar o award e colocar em seu blog, juntamente com o nome da pessoa que lhe deu o prêmio e o link do seu blog;
2. Você terá que oferecer o prêmio para 10, 15 ou 30 blogs que julga serem merecedores deste prêmio. E não se esqueça de avisá-los sobre a indicação.
Para colocar o selo no seu blog, basta copiar a imagem e adicioná-la onde você achar melhor no seu blog .


depois coloco minha lista de indicações ;D

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


"Rasgue as minhas cartas e
Não me procure mais (...)
Deixe-me sozinho,
Porque assim eu viverei em paz"

Devolva-me, Adriana Calcanhoto



Ó brisa fugaz de um passado clandestino
Refresca meus olhos sobre meu presente, fustigados.
Desse verme bandido, covarde cavalheiro!
A quem meu peito, um dia, em prantos esteve.

Mas saiba, veloz fulgor que a alma dilacera
Que teu fim por meu ódio, viril o espera
E o doce planar de meus sopros errantes
Sobre tua morte vão pousar, ó anjo vil!

Desejo que minha carne brote das tuas veias,
Que meu olhar convalesça a cada grito de angústia
Que teu peito assola, de dor!

Que meu desprezo vigie minha dor
Que meu peito não clame mais por amor
Que minha insanidade assine esse manto, sedento

Pela vingança que um dia anseio
Voraz, assim como a raiva que nutro em meu peito
Por tua nobreza sórdida, eterno infeliz
Por teus amores, que jamais darei!

E que ouçam o titilar de taças!
A glória dos injustiçados sobre a margem anseia!!
Que tu se afogues sobre tuas mentiras,
Sobre a bebida que um dia tiveste, (jorrarei teu sangue sobre becos imundos!)

E que assim seja, ó verme infeliz!
Devore suas próprias injúrias!
Enlouqueças!!!
Não me prive de deleitar-me com nenhum só segundo...
Da sua queda, (reles, imundo) mortal.

quinta-feira, 1 de julho de 2010


Acordei. Acordei cansada, insanamente viva. Essa existência me faz tão fatigada: do tudo que ainda não existiu ou do nada que consome essa angústia, tão humana.
Tomei um café qualquer, talvez para acordar de mais um sonho vão. É, talvez por isso estivesse cansada: queria continuar sonhando; outra face mortal.
Mas lembrei-me: ainda que quisesse sonhar, mais cedo ou não, tudo vira pesadelo. E remexo meu inconsciente, tão frágil, fútil, carente de uma saudade vã, ou mesmo de um sonho fúnebre.
Não poderia pintar minhas férteis linhas imaginárias que recobriam aquele instante. Todos os sonhos (tão pesadelos) pareciam dançar sobre a mesa do café. Pergunto-me se não havia bebido demais na noite anterior.... Mas não, havia sonhado demais, talvez.
E nesse instante revelam-se todas as faces humanas! Esse inconstante olhar, tão tolo e incansável... Essa mediocridade em fuga... Patética! Meu desejo de ser mais, presa nessa carne? Como esperam o mais se só possuo uma rua encharcada, em levante desespero?
Já não me recordo como sai de casa. Só lembro de ter-me visto sobre uma calçada cinza, ainda com a roupa da noite anterior. De repente, tudo que senti foram as ruas, olhando para o vazio, que tão meu era...
Corri... Como sempre fui, impulsiva; um âmago feliz, quem sabe... Talvez me faltasse isso! Essa maturidade que me parecia tão triste... Mais temores fustigaram meu corpo, já castigado pelo nada abstrato que as ruas perfaziam... Corri!
Parei sobre a noite... Como me fazia tola! A rainha gélida dos meus passos incertos, guiei-me, como por instinto, a ti.
Não havia mais cordas sobre meu corpo. Seria eu livre? Seria quem sou? Ou já o sou? Ou quem sabe poderia voar...!
Oh Deus, me faz livre! Queria poder mentir sempre sobre essa alegria qualquer que me consumia, suavemente, assim como a luz prata que me tomava, cândida, fada! Voei sobre estrelas por breves momentos lúcidos, e agarrei-me fortemente sobre um riso, de tal sinceridade, que nem mesmo a verdade o descreveria.
Já não havia mais cansaço, só plenitude! A noite acalentava-me, doce mãe das auroras, vinha a me embalar sobre véus negros! O vago do tudo me preenchia, de forma que meus sentidos já não eram suficientes para sentir. Era necessário mais, mais! Mais que uma vida tola, mais que um amanhecer qualquer! Queria ser tudo, e o amanhã não o permitia... Mas de que importa? Eu tenho a noite!!!
Como o tudo que se vai, assim foi o anoitecer... Amanheceu, e assim como todo sonho que se torna pesadelo, acordei, mais uma vez...

sábado, 22 de maio de 2010

O comum não passava do amanhã. Os dias vão e vão, na sutil intenção da plenitude humana, tão vazia e limitada. E eu continuo esperando a lua... A melancolia não corrompe caros irmãos,... Vede quão doce é o sabor do tempo!
Queria poder pedir para o senhor voltar. Queria ter os mesmos sabores, mas talvez menos dissabores. Talvez mais solidão. Quero ter vida, coesão.
Quem sabe uma estrela, um singelo delicado motivo para sentir; quem sabe mesmo uma gota da imensidão que o tudo se faz perante a mim, tão vago e complexo, que mesmo uma pequena lágrima se faria mundo.
Na verdade, esse medo é só disfarce. Queria jogar meus sonhos em um chão qualquer e me deitar sobre o azul-lilás de uma relva incomum. Minha relva. Queria mesmo ter domínio sobre tudo que me faz feliz, ou não queria, quem sabe a felicidade seja descontrole.
Mas o tempo, sim... Esse vil e traiçoeiro, que me faz sua serva de mil passados, flagelados pelo futuro, tão fatigado. Queria romper meus momentos insanos e arrependimentos tardios, meus frios devaneios, ou mesmo as noites vazias.
Só não quero o sol... Não quero cegar-me com linhas tão claras, não quero assustar-me com o previsível. Na verdade, já tenho muito. Só me falta saciar essa sede de Lua, ou de qualquer outra coisa mais.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cisnes Brancos

Ó cisnes brancos, cisnes brancos,
Porque viestes, se era tão tarde?
O sol não beija mais os flancos
Da Montanha onde mora a tarde.

Ó cisnes brancos, dolorida
Minh’alma sente dores novas.
Cheguei à terra prometida:
É um deserto cheio de covas.

Voai para outras risonhas plagas,
Cisnes brancos! Sede felizes...
Deixai-me só com as minhas chagas,
E só com as minhas cicatrizes.

Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Minh’alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.

Queimando a carne como brasas,
Venham as tentações daninhas,
Que eu lhes porei, bem sob asas,
A alma cheia de ladainhas.

Ó cisnes brancos, cisnes brancos,
Doce afago da alva plumagem!
Minh’alma morre aos solavancos
Nesta medonha carruagem...

Quando chegaste, os violoncelos
Que andam no ar cantaram no hinos.
Estrelaram-se todos os castelos,
E até nas nuvens repicaram sinos.

Foram-se as brancas horas sem rumo,
Tanto sonhadas! Ainda, ainda
Hoje os meus pobres versos perfumo
Com os beijos santos da tua vinda.

Quando te foste, estalaram cordas
Nos violoncelos e nas harpas...
E anjos disseram: — Não mais acordas,
Lírio nascido nas escarpas!

Sinos dobraram no céu e escuto
Dobres eternos na minha ermida.
E os pobres versos ainda hoje enluto
Com os beijos santos da despedida.

Alphonsus de Guimaraens


Afonso Henriques da Costa Guimaraens ou Alphonsus de Guimaraens, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, no dia 24 de julho de 1870 e faleceu em Mariana, Minas Gerais, no dia 15 de julho de 1921. Foi um dos maiores poetas simbolistas brasileiros. Era conhecido como "o solitário de Mariana". Místico, católico, Alphonsus escreveu verdadeiras obras-primas na poesia brasileira.

Obs: a postagem foi feita em homenagem ao grande escritor acima citado, não é criação minha (claro), porém o objetivo do blog traz em seus significados expor grandes personalidades da literatura; divulgar as pétalas aladas que percorreram luares de grandes ouvires! ^^

domingo, 28 de março de 2010

Vagos de Existência

Sinto que o vago me preenche.Nesses frios e tortuosos momentos de ser, sentir.Calorosos suaves, intensos, existir. Não divago, afirmo. Pequenas gotas de vida se espalham, sedentas de existência.Eu o procuro também. Sentidos hão muitos, não quero o que posso prever. Quero do simples o mais complexo, ou a filosofia. Sim, não procuro o que tudo ou o nada,somente o acaso, ou a felicidade.

"Disseste que se tua voz tivesse força igual à imensa dor que sentes"
Renato Russo - Eterno Trovador Urbano

sábado, 20 de março de 2010

Espera

Já te perdi, Mon'amour
Fostes tão cedo meu rapaz...
Volte, milord!

Deixo a tristeza tomar-me por um instante...
A vil melancolia das tuas lembranças
O vazio dos meus dizeres

Te vi partir,my dear,
para o eterno fugaz
do amor que te guardo

e que a solidão me preencha!
a cada toque de piano
que sinta-o como a bebida que enlouquece

Sim, insana!
insana de esperar-te
de ver-te partir,
do teu permanecer incompleto!

Padeço pela tua ausência...
te espero, mon'amour

sexta-feira, 19 de março de 2010

The Phantom


Coberto sobre negro manto
Nobre como a máscara que lhe cobre
De fria e casta loucura
De ingênua e tenra paixão

Vem atormentar-me em doces quimeras!
Volta a embriagar-me com tuas tristes canções!
Preencha-me com tua solidão!

Cante teus espelhos sórdidos!
Tua melancolia,ó triste querido
Teus sonhos vãos!

Cante, cante, cante!!
Cante à noite!
Cante a mim!

Preencha-me do vago da escuridão...!

terça-feira, 16 de março de 2010

Quero, Queres...

Quero ser feliz, apenas.
Como a gota que cai sem motivo ou circunstância, por gravidade, talvez.
Quero ser leve como um sorriso qualquer, como a chuva passageira..
Triste como um pássaro, e livre como o mesmo!
Quero da vida o que edifica.
Quero a lágrima, a solidão. Quero do sentir o mais intenso!
Viver de cada segundo o mais vil e o mais feliz!
Quero multidão!
Quero viver, apenas.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Circulos são prisões do infinito que se torna trivial
Ciclo que me prende...
Como a poeira que se esvai e volta, volta inconstante...
Como as cinzas que esperam renascer...
Desse vil e impiedoso ciclo que me torna sua prisioneira decadente
pedinte, talvez,
que a fênix permaneça adormecida
nesse cálido e torturante amanhecer.

"Cogito, ergo sum"