domingo, 18 de agosto de 2013

Areia nos bolsos




"Se puderes olhar, vê.
Se puderes ver,
Repara."
(José Saramago)



Quando uma certa luz ensolarada, calorosa, macia e leve invade aquele ser enrijecido pelo cinza do asfalto....Ah....
(...)


E ainda resta a areia nos bolsos!!!



      Acordar com o frio do vento uivando, parecendo canção que flui o dia inteiro pra dentro da gente. Andar com o sol caminhando de lentinho, que é para o tempo parecer não passar, escorregando devagar por essa vida leve de quem sente o bronze queimando a pele. Sabe como é voar?? Voar pela areia da praia, nas duas rodas de uma bicicleta (e tombar no céu, desvairada!)!! Nadar só pra ver o sorriso do mar quando marca a gente com aquele sal, que depois ninguém sabe mais se é pele ou se é mar. Emaranhar os cabelos no anoitecer silencioso...como lençóis negros se estirando aos nossos olhos... Dançar ao leve sabor dos coqueiros... Tão lento...Como se, por aquele instante, todo o mundo girasse tão terno quanto aquele movimento. Ouvir o escuro se desmanchando em pequenas gotas de luz (1...2...3...4...Milhares!!!) e desdobrar-se em motivos para aquele espanto de felicidade... Tão pleno quanto fugaz...Parece até uma música leve ecoando baixinho dentro do peito, com uma saudade de quem se é...

-já sente o gostinho do mar?...

"Cogito, ergo sum"