terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tu em mim


I

Príncipe...
Tu és o príncipe vil que amarga meu ser,
O sombrio vago que reluz minha dor
O Tormento que dilacera meu eco... Tristemente...

Tu és a febre que mata docemente
O frio que percorre melancólico o meu desespero
O anjo mal dos meus mais belos sonhos

Caio ensandecida no teu doce abismo
Serva da tua farsa
Grito a minha solidão

Imploro-te!!!
Grito-te!
Ouça minha doce tortura...

Paladino dos meus sonhos
Volta a iludir-me cruelmente!
Não me abandones apático anjo!

Permaneça a atormentar meus pensamentos
A ver-te nas minhas angústias
A cair no teu profundo sagaz...

II

Que tamanha amargura preenche meu peito!
Esse vil e tortuoso estúpido!
Cansado do teu amor displicente
E pedinte por um sequer olhar!

Nego-te sobre meu sagaz delirante
Sobre meus insanos e lúcidos instantes
De quimeras passadas,
Gélidas e apáticas lembranças...

III

Vá!Vá!Vá!
Leves contigo o punhal que cravaste em meu peito!
Esse teu tolo escravo, fatigado de amar-te!

Vá, ó triste fera,
Com teus anseios prostrados sobre a rosa
Infinita, que a ti ofereci...

[Dizeis que fica, ó doce ilusão!...]

"Cogito, ergo sum"