sábado, 24 de novembro de 2012

Aos Tolos,

  
  Quando as pessoas fatigarem teu peito de sentir...e veres então que nada te cerca, a não ser esse teu amor exagerado...Que caia a mais pura lágrima...a mais doce subversão...
  Quando a dor do amor não encontrar consolo no teu pranto, então tua voz calará os teus olhos baixos, e tu pensarás em jamais amar de novo qualquer criatura a não ser a si mesmo. Teu peito ofegante pela cólera, tomado por mais um desses teus sentires, explodirá em mil rosas...Tão raras e puras, derramando orvalho, como lágrimas pela solidão do não cultivado...
  E então estarás sozinho. Pronto para recomeçar a existência sem afeto qualquer...Teus passos não deixarão rastros e teu olhar não será entregue...Tu serás semente de si.
  Mas quando contemplares a primeira flor a beira do caminho, entre pedras sufocada, então tu compreenderás...Que a tua existência, doída de tanto sentir, é como uma flor a beira da estrada: esmagada pelas pedras, mas ainda sim, banhada de encanto e leveza capazes de fazer teu peito suspirar novamente...
-É quando vejo pequenos brotos despontando de dentro de ti...

1 comentários:

Milena Kury disse...

O ciclo de uma flor: semente que cresce, botão que brota, flor que desabrocha, pétalas que caem. E também não é assim que funcionam nossos afetos? Nossos sentimentos germinam na primeira oportunidade que lhes é dada, pela simples natureza afetiva do homem. Cresce, a medida em que é cuidado, murcha, se é deixado de lado... As pétalas podem cair, mas sempre sobrará oura semente, só esperando o momento certo de desabrochar no peito ;]

"Cogito, ergo sum"