O céu está cheio de ninhos. Pássaros perdidos, que navegam errantes por entre nuvens agridoces. Vidas que rastejam, presas ao chão, observam a vida acima de suas cabeças. E as amam.
Tolo céu, ri pre-gui-ço-sa-men-te. Tiras de madeira barram um caminho qualquer... Enquanto observo que, abaixo do céu, estás tu ( tão perto).
E rio, como louca, boba de amor. E amo, exageradamente, tudo que a ti toca. E amo, exageradamente, tudo que de ti emana. E amo, exageradamente, a ignorância ingênua da infância. E não durmo (acelerada).
E quando acordo, já não mais te vejo. Só sinto a poeira do tempo que preenche minha alma, que nem mesmo o sopro do cotidiano -distante- conseguiu apagar.
E vivo, perdida no espaço vil da saudade. E me encontro, nas lembranças bucólicas de um tempo fugaz....Esbarro na existência, cega que estou, e torno a amar-te mais e mais.
E ouço as badaladas do tempo, que soaram durante tantas noites em meus ouvidos cansados... Tic...Tac...Tic...Tac...
E quando hoje olho no espelho, já não me acho. Meus cacos caídos, nesses labirintos de efemeridade, não mais me pertencem.
E choro.
Meu amor foi mistério contente. Pássaro com cheiro de mar, que minha alma zelou durante tanto tempo.
-E nos guardo, sobre uma redoma de vidro, intactos.
Mortos.