sexta-feira, 5 de agosto de 2011

- Nosso suor sagrado...É bem mais belo que esse sangue amargo!



  Desvela-se com ranhuras pulsantes, ao longo do punhal cravado, agonizante, que sangra e sangra, velado de ódio.
   Sangue transborda por todas as extremidades côncavas, como cadáveres de guerra espalhados, inertes. Sugando a vida pela decomposição.
   E cicatrizes se espalham, mas não contendo a ferida cruciante; esperando somente a morte, para atenuar a dor.
   Então desfaço-me, consumida e entregue ao torpor da inexistência. Por que de que me vale viver a carregar o fardo da dor?
   E assim preparo seu túmulo, enfaixando-o com espinhos, enterro-o ainda pulsante. Recubro-o de pedras e pedras, para que a frieza e dureza dessas penetre na tua essência.
   E agora rezo. Rezo para que tua morte me faça feliz. Rezo para que te tornes tão gélido e pérfido quanto desejo. Rezo e choro pelo último instante, pela tua morte infeliz.
   Jogo aquela flor seca pelo tempo de traição e amargura sobre teu jazigo de pedra, teu novo lar. E me permito chorar uma vez mais,
   - Adeus, coração.

1 comentários:

Milena Kury disse...

*medo*

Destacando, como sempre, frases épicas: "Sugando a vida pela decomposição"
"E assim preparo seu túmulo, enfaixando-o com espinhos"
jura que n andou lendo Poe nessas férias? õ_o XDDD
sobre a temática, lembrei do Davy Jones *-* e seu coração, trancafiado em um baú numa praia deserta...
ele ainda sofria =(
Na miiiinha opinião, corações não devem ser trancafiados, mas curados =) de preferência com bastante mel, luar e noites ao ar livre ^^
[/delirios]

"Cogito, ergo sum"